quinta-feira, 23 de julho de 2015

A vida (temporariamente) sem os gatos.

Oi gente, tudo bem com vcs?

Nossa, este blog não vê uma atualização desde fevereiro deste ano. Que vergonha.

Fico super triste de não estar por aqui trocando ideias, sugestões, planos, pensamentos e propostas de como tornar a vida dos nossos e de tantos outros gatinhos por aí um lugar melhor e mais justo.

Me perdoem a ausência.

Ultimamente falta, saudade, solidão são as palavras que comandam a minha vida e este blog, que é sobre a vida com gatos, tem hoje um post sobre como é a vida sem gatos ou sobre a vida longe dos seus gatos.

Eu nem sei muito como colocar em palavras direito, mas a verdade é que hoje tenho certeza de uma coisa que eu já sabia lá no fundo: eu não posso ser 100% feliz e realizada onde meus filhinhos não estão. Não importa se todo o resto está como eu sempre sonhei ou segue por um caminho positivo.

Eu sempre disse que não me mudaria para uma casa para onde não pudesse levá-los, não mudaria para um país onde eles não pudessem entrar com certa facilidade e, mesmo que um médico me diga que eu estou morrendo e preciso dar meus gatos, eu morro, mas não dou.

Hoje tenho mais certeza disso que nunca, mesmo já tendo sido testada sobre minhas prioridades quando precisei evacuar meu apartamento correndo por conta de um desmoronamento, mas não saí de lá enquanto não tinha os 3 comigo. Se fosse para o prédio desabar na cabeça deles, que desabasse na minha também. Call me crazy, mas isso é apenas amor. Amor puro e verdadeiro, além de senso de responsabilidade e valor (clica aqui para saber sobre o desmoronamento).

Pois bem, eis que agora me pego sentindo falta deles a cada segundo dos meus dias. Estamos há mais de 9.513km de distância ou 12,5h de avião e cada dia é uma nova forma de sentir a ausência deles na minha vida. Cada dia que passa conheço uma nova forma de sentir o incômodo do vazio, da saudade, da falta, da solidão (e a solidão pesa não só pela falta deles, mas, pasmem, eu tb amo pessoas e sinto a falta delas, mas a falta deles só torna tudo mais difícil).

Já são 3 meses sem ver, abraçar, beijar, fungar, dar colo e sentir o calor, o ronronado e o peso dos meus bebês no meu colo, sob o meu peito quando vou dormir ou esparramados na minha barriga enquanto vejo televisão. A falta destas coisas não pode ser acalmada por nada nessa vida.

Nunca imaginei sentir uma dor tão grande quanto a que venho sentindo toda vez que penso neles, o que acontece todos os dias em diferentes momentos e por diferentes motivos. Um pedido de ajuda para um gatinho necessitado no facebook, a foto das amigas e dos seus gatinhos, um vídeo, meu amigo de trabalho comentando que não vê a hora de chegar em casa e encontrar com os seus dois gatinhos e pronto. Eu já sinto o peito apertar e os olhos encherem de lágrimas.

A distância só aumenta a paranóia, aquela que bate no peito toda vez que achamos que só porque estamos longe alguma coisa vai dar errado. Acho que todo mundo sofre deste mal, não?

A verdade é que a distância nem aumenta e nem diminui a chance de alguma coisa dar errado e estarmos perto também não nos torna mais poderosos e capazes de resolver determinadas situações. As coisas são como elas são e ponto, mas quem disse que o coração entende essa regra básica de funcionamento do mundo?

Meus bebês me procuram pela casa toda vez que os chamo pelo Skype. Eles não focam em mim quando são colocados diante da tela do computador, mas ainda sabem quem eu sou. Sinto um medo profundo de que eles não me reconheçam quando me reencontrarem. Sinto medo da rejeição, que sabemos também ser uma realidade e sinto medo que meu pequenino, Coicoi, esteja deprimido porque estou longe. Uma vez passei 30 dias fora por conta do trabalho também e quando voltei encontrei um gatinho de pescoço careca tomado por fungo. Resistência baixa, saudade de mamãe, Coicoi fraquinho...ultimamente todas as fotos que recebo dele são dele isolado, em cima do guarda roupa dormindo.

Além da saudade e tudo isso que descrevi acima, sinto culpa também. Uma culpa absurda de roubar da nossa convivência 7 meses, já que sabemos que a vida deles é tão mais curta que a nossa.

Descobri que eu posso ter sido ventania um dia, mas eles me fizeram árvore. Fui feita para estar onde eles estão. Este é o melhor lugar do mundo, apesar de todos os pesares.

Vivo em um dilema, pois apenas quem tem realmente a oportunidade de morar fora, de viver a vida de uma pessoa de outro lugar completamente diferente sabe o que é isso e sabe o quanto isso, apesar de preconceitos, dificuldades e tudo mais pode ser infinitamente melhor que viver num país onde tudo custa os olhos da cara, onde não há segurança, não há justiça, não há estrutura, não há educação que baste. Me pergunto, devo tentar ficar aqui e submeter meus Timininus aos dramas de viajarem de avião por tantas horas, morrendo de medo e stress ou simplesmente volto para a nossa casa?

Cada dia uma sensação, uma certeza (que vira incerteza tão rapidamente quanto foi certeza), um medo e uma forma de doer pela falta que eles fazem.

Neste momento escrevo com lágrimas nos olhos. Hoje visitei meus amigos italianos, Martha e Pau e me faz mto bem ter eles por perto. Foi a forma que Deus encontrou de me ajudar a sobreviver a isso, com certeza, mas nada na vida pode fazer sarar a ausência deles se não eles mesmos.

Engraçado mesmo que essa dor era a que eu mais temia e a única da qual eu estava certa que sofreria intensamente...

Se vc está se preparando para ficar longe deles por algum tempo, seja pelo motivo que for e se vc os ama com todo o seu corpo e alma como eu amo os meus, então apenas tente ser forte. Eu acho que a gente sobrevive (algo ainda a se confirmar nos próximos meses! rsrs), mas que é uma das situações mais incômodas e difíceis que eu conheci (e olha que nem tudo foi bolinho até aqui), isso não posso negar.

Pra me despedir posto algumas das fotos que recebi deles enquanto estou aqui e apresento a vcs tb meus sobrinhos italianos, Martha e Pau. Obrigada por existirem, my little girl and my big guy! <3

Banzé, meu duducho lindo.

Panqueca, meu menino com feições de sábio

Coicoi, a criancinha de casa.

Martha, minha amiguinha pequenina e delicada.

Pau, gatão lindo e gostoso.
















quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Novas Perspectivas Alimentares

Há alguns dias, ao escovar o Banzé e O Coicoi, encontrei caspinhas nos pêlos.

Lí ou no Catster ou no site do Jackson Galaxy (alguma resenha de algum estudioso) que caspinhas podem ser indícios de desidratação (dentre milhões de outras coisas e até mesmo nada) e já fiquei super preocupada.

Pois bem, a primeira atitude desta mãe desesperada foi a de comprar uma seringa e enfiar água goela abaixo. Não preciso nem dizer que os Timininus odiaram, certo?

Coloquei na balança e achei o stress da água forçada tão prejudicial quanto a falta da água.

Os gatos, aprendi com um amiga estudante de veterinária, são animais do deserto.

Eles não possuem o hábito de tomarem água e, na natureza, retiram toda a úmidade de que necessitam dos alimentos, no caso carnes cruas de suas caças.

Ao domesticarmos estes pequenos selvagens nem sempre conseguimos ensinar a eles que agora, em nossas casas, não há caça, mas apenas uma comida ressecada e industrializada e que não há água do corpo morto de um animal, mas um potinho aqui, uma fontinha alí, uma torneirinha no máximo.

Estou num esforço danado de prevenção de qualquer problema com os meninos. Quero começar a realizar exames para identificar o princípio de qualquer doença (só preciso ficar rica antes! rsrs), para que um dia eles não caiam mortos ou em sofrimento profundo porque tem um câncer devorando seus corpinhos há tempos ou qualquer outra coisa.

No entanto, não existem estudos que ligam a ingestão de alimentos úmidos a diminuição das taxas de problemas renais, muito comuns em gatos, afinal, aprendi que estes problemas são mto mais genéticos que qualquer coisa, mas como eu sou cheia das teorias na minha cabeça, meio paranóica e tudo mais, decidi mudar algumas coisas.

As medicinas (tanto a veterinária quando a humana) são preventivas e não curativas, certo? Pois bem, previnamos então. Na minha cabeça, do meu jeito (que não é perigoso, que fique claro) e com o meu conhecimento nulo de medicina veterinária! rsrssr

Tendo dito isto, resolvi mudar as perspectivas alimentares dos meninos e, em muitas conversas com a amiga estudante de veterinária, dona de 4 gatos (sendo que 3 estão com a insuficiência renal sob controle – já possuem a doença - não estou dizendo que estão sob controle por causa da almentação, ok?) e super experiente nos cuidados destes fofos, aprendi e resolvi o seguinte:

- Pensei em complementar a alimentação deles com frutas, carne crua e vegetais:

Ela me disse que carne crua pode conter diversos tipos de parasitas e que isto pode ser altamente prejudicial. Ou seja, carne crua não é muito legal.

Gatos não são como cachorros, que possuem uma gama maior de possibilidades e gostos alimentares, eles são carnívoros absolutos e precisam mesmo de carne, então dificilmente um gato vai amar um prato de salada de fruta ou vegetais.

Outra questão é que além da carne existem minerais e vitaminas essenciais para a vida deles e que, alimentando os bebês com comidas a nossa escolha (carnes, vegetais e frutas), ainda que eles aceitem, é perigoso, pois estes alimentos não são balanceados naturalmente para atender todas as necessidades dos gatinhos.

A conclusão é de que sachês e patês (até mesmo as rações secas, apesar de seeeecas), são balanceados e possuem tudo o que eles precisam para se desenvolverem e viverem uma vida saudável.

Ração (seca ou úmida, ideal os dois!) neles!!!

- Diminuir ração seca e aumentar o consumo de sachês e patês – criar momentos para as refeições:

Aí é uma parte que precisa ser feita com mto cuidado. Os gatos que comem só ração seca e que dispõe de ração seca à vontade quase que 100% do tempo são obesos.

O ideal, segundo orientação do Dr. Valdo – papa dos gatos que possui uma clínica especializada em felinos chamada Vetmasters – é que os bichanos pesem até 5kg. Qualquer grama acima disto pode significar que eles estão obesos e, quanto mais gordos, menos ativos e, quanto menos ativos, menos saudáveis.

Eles se acostumam (apesar de o processo poder ser penoso) com refeições por dia – de 2 a 3, então o ideal é que estas refeições sejam planejadas e que sejam de ração úmida em sua maioria.

Esta minha amiga, a Yumi, dá 3 refeições ao dia para os seus gatos  e da seguinte maneira:

1. Ração seca de manhã – o prato fica de 30 minutos a 1 hora disponível e depois ele é recolhido;

2. Ao chegar em casa, no comecinho da noite, ela dá um sachê para cada um dos seus gatos;

3. Uma segunda dose de sachê antes dela ir dormir, o que no meu caso ocorreria próximo da meia noite.

Os gatos dela se adaptaram bem e até por isso ela consegue tb controlar bem os renais.

Este tipo de alimentação deve passar por um cálculo junto ao veterinário idealmente, para que o mesmo possa estabelecer quantos gramas de cada coisa, quantas vezes ao dia, cada gato precisa – de acordo com seu peso, idade e provavelmente perfil.

Se não for possível, as próprias embalagens de ração tem indicações de dosagem. Digo isto porque é muito importante que o gato NÃO PERCA PESO EM EXCESSO E RAPIDAMENTE.

Este tipo de processo provavelmente ocasionará no emagrecimento do seu gordinho, mas gatos precisam perder peso devagar, pois a perda de peso muito rápida gera um problema gravíssimo para o fígado e muitas vezes fatal para o gatinho, a lipidose hepática.

- Troca da ração seca por uma opção sem cereais e livre de transgênicos:

Mesmo as rações super premium como Royal Canin, Premier e Proplan, são cheias de coisas que só engordam os gatos e enchem a barriga, mas que não são necessárias para a manutenção da vida e da saúde do organismo – são os cereais.

Com isto em vista a Farmina Pet Foods criou a ração N&D, uma ração que contém carnes, frutas e vegetais apenas. Nada de excesso de carboidratos e coisas que eles não precisam.

Imagem retirada do site da Farmina, na área sobre a ração N&D


Comprei de cara o pacote pequeno da foto para ver se os Timininus gostavam e para fazer a adaptação das rações, porque antes eles estavam comendo a Premier Pet Light sabor Salmão.

Preciso dizer para vcs que esta ração mantinha o peso deles na mesma, mas não emagrecia. Era a coca light dos gordinhos! rsrsrs

Comprei a de Frango com Romã, porque meus meninos (e os gatos da praça) demonstram claramente uma predileção por alimentos de frango ao invés de carne ou peixe.

Aproveitei e fiz uma comprona de sachês de diversos modelos. O Banzé, o frescurento de casa, só come sachê Royal Canin Ultralight ou Intense Beauty. Nada de Fancy Feast, nada de Three Cats, só Royal.

O Coicoi e Panqueca gostaram de quase todos, menos o mais caro, o Trèsor.
Ninguém quis comer e o Panqueca devolvou-me um belo de um gorfo imediato no instante em que passei um pouco do patê na boca dele, pra ver se abria o apetite. rsrsrsrsrs

Confesso que, com correrias de final de ano, viagenzinhas aqui e alí, festas carnavalescas e trabalho, não consegui ainda mudar completamente a rotina de alimentação deles, mas já estou deixando eles períodos um pouco mais longos sem comida, completando o pratinho menos vezes e até retirando os pratos em determinados momentos.

Ontem mesmo quando cheguei em casa retirei a ração seca por cerca de 3h (o suficiente para rolar uma concentração de gatos alucinados no local dos pratos de comida – vazios – e olhares de misericórdia, mamãe…). Dividi um sachê entre os 3 e, tirando o Banzé, Coicoi e Panqueca comeram toda a sua parte.


Oremos para que esta mudança tenha mesmo um efeito altamente benéfico na vida deles. Isso só vou saber com o caminhar da carruagem, mas o que posso adiantar é que, por não ter carboidratos nesta ração, os meninos já perderam um pouco de peso, naturalmente!


Coicoi realizando o controle de qualidade nas novas aquisições alimentares realizadas ontem.